Grandes Enxadristas: A História de Vera Menchik

    Grandes Enxadristas: a História de Vera Menchik

    Judit Polgar é referência do xadrez feminino. Notabilizou-se por enfrentar os homens de igual pra igual. Esteve no top 10 do mundo e disputou os principais torneios da elite mundial nas décadas de 1990 e 2000. Venceu enxadristas lendários como Garry Kasparov, Anatoly Karpov e Viswanathan Anand.

     

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    No entanto, Polgar não foi a primeira mulher a combater os homens nos principais torneio de xadrez do mundo.  Ainda nas décadas de 1920 e 1930, Vera Menchik já participava dos grandes torneios da época. Enfrentou os melhores enxadristas do período: Capablanca, Alekhine, Euwe, Botvinnik,  Fine, Keres, Rubinstein, Nimzowitsch, Reshevsky, entre outros.

     

    As duas vitórias contra Max Euwe

    Max Euwe foi campeão mundial de xadrez entre 1935 e 1937. No final dos anos 1920 o holandês já era um enxadrista notável. Em Hastings – 1930/31, Max Euwe venceu a competição com seis vitórias, dois empates e uma única derrota. José Raul Capablanca e Sultan Khan completaram o pódio, porém, o único revés de Euwe foi para Vera Menchik.

    No entanto, o futuro campeão do mundo apenas “renovou o cadastro de cliente” em Hastings, isso porque já havia perdido para Menchik no Torneio de Carlsbad, em 1929.

     

    Luta contra o machismo

    No Torneio de Carlsbad – 1929, o mestre Albert Becker (Áustria) ironizou a participação de Vera Menchik. Segundo ele, quem perdesse para a enxadrista iria fazer parte do “Vera Menchik Clube”. Curiosamente, Becker foi o primeiro membro do clube.

     

    Campeonato Mundial Feminino

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    Vera foi homenageada com um selo na Iugoslávia

     

    O primeiro Mundial Feminino foi realizado em 1927, paralelo às Olimpíadas de Xadrez. O evento foi disputado em Londres, na Inglaterra, com a participação de doze jogadoras. Vera Menchik conquistou o título com sobras: dez vitórias e um único empate.

    Ao contrário do campeão mundial, a melhor enxadrista do mundo não tinha privilégios. Vera Menchik teve de defender o título mundial em vários torneios nos anos seguintes: 1930, 1931, 1933, 1935, 1937 e 1939, além de dois matchs contra Sonja Graf em 1934 e 1937.

    Ou seja, a hegemonia de Menchik entre 1927 e 1939 foi indiscutível. Em todas as disputas pelo Campeonato Mundial Feminino, a enxadrista disputou 103 partidas, com incríveis 90 vitórias, 9 empates e apenas 4 derrotas.

     

    II Guerra Mundial e o fim precoce

    Devido à II Guerra Mundial, o Campeonato Mundial Feminino não foi realizado na década de 1940. Deste modo, Vera Menchik carregou o título até 1944, quando se tornou uma das milhões de vítimas do conflito. A enxadrista morava em Londres e morreu aos 38 anos – sua casa foi destruída por uma bomba jogada pelos alemães. Sua irmã, Olga, também era uma forte enxadrista e morreu no mesmo ataque.

     

    Histórico

    Vera Menchik nasceu no dia 16 de fevereiro de 1906, em Moscou, na Rússia. Aprendeu xadrez com o pai aos nove anos. O pai gerenciava propriedades da nobreza russa e a família Menchik tinha uma vida tranquila. Porém, com a Revolução Russa (1917), a família perdeu propriedades e o casamento desabou.

    Em 1921, o pai voltou para a terra natal, na atual República Tcheca, enquanto a mãe de Vera também voltou às origens ao levar as duas filhas para Hastings, na Inglaterra. Vera começou a frequentar o clube de xadrez local em 1923 e o seu grande mentor foi o Grande Mestre Geza Maróczy.

    Nos Campeonatos Mundiais em que participou, Vera representou três países: Rússia (onde nasceu), Tchecoslováquia (país de origem do pai) e a Inglaterra (país de origem da mãe e onde viveu boa parte da vida).

     

    Vera Menchik ou Judit Polgar, qual enxadrista teve a carreira mais espetacular? Deixe sua opinião nos comentários.

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    Uma resposta para “Grandes Enxadristas: A História de Vera Menchik”

    • Marcos Antônio

      QUE MATÉRIA BRILHANTE!!!

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