Grandes Potências do Xadrez: Croácia

    Grandes Potências do Xadrez: Croácia

    A Croácia chegou à final da Copa do Mundo de Futebol e também tem uma grande história no xadrez. Este país, com apenas 4,2 milhões de habitantes, possui 32 Grandes Mestres e 234 enxadristas titulados.

    Na terra dos fantásticos Modric, Rakitic e Mandzukic, quem comanda os tabuleiros atende pelo nome de Ivan Saric (2.689 pontos de rating FIDE), atual número 53 do mundo.

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    Tradicional uniforme da equipe croata de futebol lembra um tabuleiro de xadrez

     

    A Lenda do Uniforme Croata

    Você sabia que o quadriculado da camisa da Seleção da Croácia pode ter ligação com uma partida de xadrez?

    De acordo com a versão mais conhecida da origem do design, o desenho representaria as duas etnias que compõem o país, a Croácia Branca e a Croácia Vermelha.

    Uma segunda teoria afirma que a origem do povo croata está onde é o Irã e o quadriculado teria sido uma forma de identificação durante a viagem para a Europa.

    Por fim, há uma lenda que diz que o desenho seria uma referência a uma partida de xadrez vencida pelo rei croata Stjepan Drzislav contra um príncipe da região do Vêneto, que hoje faz parte da Itália.

     

    Conquistas do Presente

    Se você ainda não se impressionou com o xadrez croata, saiba que Ivan Saric é o atual campeão europeu, título conquistado na frente de oito jogadores com rating superior a 2700 pontos.

    E não é a primeira vez que um enxadrista croata vence o principal torneio da Europa. Em 2006, Zdenko Kožul ficou com o título ao superar o mitológico Vassily Ivanchuk.

     

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    GM Ivan Saric é a estrela atual do xadrez croata

     

    Ainda sobre o enxadrista Zdenko Kožul, na Defesa Índia do Rei existe a “variante Kozul”. Trata-se de um interessante sacrifício de peão para as brancas, na variante clássica, colocado em prática pelo croata no início dos anos 1990.

     

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    Zdenko Kožul

     

    Em 1996, o GM Rafael Leitão – com as peças pretas – enfrentou essa linha na partida contra Dmitry Gurevich e conquistou uma importante vitória, decisiva para a sua primeira norma de GM.

     

    Top 10 Croácia – julho 2018

     

    NomeTítuloRatingAno
     1 Saric, IvanGM26891990
     2 Kozul, ZdenkoGM26001966
     3 Brkic, AnteGM25961988
     4 Martinovic, SasaGM25891991
     4 Bosiocic, MarinGM25891988
     6 Stevic, HrvojeGM25851980
     7 Jankovic, AlojzijeGM25581983
     8 Jovanovic, ZoranGM25471979
     9 Kuljasevic, DavorinGM25451986
     10 Palac, MladenGM25431971
     10 Saric, AnteGM25431984

     

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    Carlsen x Saric

     

    História

    A Croácia foi um dos países da extinta Iugoslávia e, assim como a Sérvia, herdou a forte cultura enxadrística daquele país.

    Conquistou a independência nos anos 1990 e teve a primeira participação em uma Olimpíada de Xadrez em 1992, quando conquistou a sétima colocação, o melhor desempenho croata até hoje.

    Em Baku 2016, a Croácia terminou na honrosa 21ª colocação. Entre 1992 e 2016 foram 13 participações olímpicas, com uma medalha de ouro e uma de prata nas premiações individuais.

    Já em Copas do Mundo, o xadrez croata classificou quatro enxadristas entre 2007 e 2017. Mladen Palac (2017), Ivan Saric e Ante Brkic (2015) caíram logo na primeira fase. Zdenko Kozul teve uma história mais interessante em 2007, quando eliminou na primeira fase o cubano Lazaro Bruzon e caiu na segunda rodada para o poderoso Mamedyarov.

     

    Glórias do Passado

    A Iugoslávia teve um período de glória entre 1950, quando venceu a Olimpíada de Xadrez, até meados dos anos 1980. Sem dúvida os enxadristas croatas foram fundamentais para tal sucesso. Conheça alguns dos grandes enxadristas da Croácia do passado.

     

    Petar Trifunovic

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    Trifunovic

     

    Participou de sete olimpíadas entre 1935 e 1962, com uma medalha de ouro, duas pratas e dois bronzes. De acordo com o site chessmetrics, foi o 12º melhor enxadrista do mundo em 1947.

     

    Braslav Rabar

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    Braslav Rabar

     

    Atuou em três olimpíadas com um ouro e dois bronzes. Segundo o chessmetrics, foi o 32º melhor do mundo em 1954. Sua maior contribuição para o xadrez foi o “código Rabar”, sistema de classificação de aberturas utilizado nos informadores.

     

    Andrija Fuderer

    Representou a Iugoslávia em três olimpíadas na década de 1950, com uma medalha de prata e dois bronzes. Na ocasião, estava entre os 20 melhores enxadristas do planeta.

     

    Mario Bertok e Mato Damjanovic

    Ambos estavam na equipe que conquistou o bronze na Olimpíada de 1960. Bertok foi o 55º do mundo no seu melhor momento e Damjanovic o 73º.

     

    Mijo Udovcic

    Atuou na equipe de prata de 1964. Esteve entre os 40 melhores enxadristas do mundo no seu auge, em 1953.

     

    Josip Rukavina

    Bronze na Olimpíada de 1972, esteve entre os 60 melhores do mundo nesse mesmo ano.

     

    Zdenko Kozul, Bogdan Lalic, Vlatko Kovacevic e Krunoslav Hulak

    Estes enxadristas fizeram parte da transição, pois disputaram olimpíadas tanto em equipes iugoslavas quanto em croatas.

    Kozul já disputou 12 olimpíadas, estando no top 50 do mundo nos anos 1990. Lalic esteve entre os 70 do mundo e participou de cinco olimpíadas entre 1990 e 1998. Kovacevic e Hulak representaram a região entre 1982 e 1996, cada um com seis participações olímpicas.

     

    Qual deve ser o segredo para um pequeno país chegar a final da Copa do Mundo de Futebol e ainda contar com tantos enxadristas fortes? Deixe sua opinião nos comentários.

     

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    3 Responder para “Grandes Potências do Xadrez: Croácia”

    • Marco Alexandre Bianchi

      Categoria, treinamento e amor tanto no futebol e no xadrez.

    • Franco

      Imagino que o segredo seja simples: alfabetizacao universal, educacao dentro de casa e valorizacao da cultura em geral pelos cidadaos

      Deixo a comparacao inevitavel com outros paises muito maiores ao entendimento de cada um...

      • Alan Dalso

        Até onde se sabe a Croácia existia antes de ser englobado no bloco de países eslavos controlado pela Sérvia, chamado de Iugoslávia, e não o contrário.

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