Grandes Potências do Xadrez: Hungria

    Grandes Potências do Xadrez: Hungria

    A Hungria possui umas das histórias mais ricas do xadrez.

    O país conquistou incríveis 12 medalhas olímpicas e esteve no pódio em quase todas as décadas, com exceção dos anos 1990.

    A respeito do Campeonato Mundial, a Hungria contou com diversos representantes nos Torneios de Candidatos, além de Judit Polgar, a maior enxadrista de todos os tempos.

    Tradição é o que não falta para este pequeno país, com aproximadamente 10 milhões de pessoas, localizado no centro da Europa.

    No entanto, a força húngara no xadrez não remete apenas ao passado.

    Atualmente o país conta com quatro enxadristas entre os 100 melhores do mundo: Richard Rapport (2719), Zoltan Almasi (2699), Peter Leko (2691) e Ferenc Berkes (2676).

    No total, hoje a Hungria conta com 28 enxadristas ativos acima dos 2500 pontos de rating Fide.

     

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    Richard Rapport é o principal enxadrista húngaro do momento

     

    Húngaros na disputa pelo Campeonato Mundial

     

    Maróczy

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    Maróczy foi um dos melhores do seu tempo

    De acordo com o site chessmetrics, o húngaro Géza Maróczy foi o melhor enxadrista do mundo entre outubro de 1904 e março de 1907.

    No entanto, Emanuel Lasker manteve o título entre 1894 e 1920. Nesse período, a disputa pelo título mundial não tinha regras claras, porém, não há como negar que Maróczy esteve entre os grandes de sua época.

     

    Lilienthal e Szabó

    O Torneio de Candidatos aconteceu pela primeira vez em 1950, na cidade de Budapeste, capital da Hungria.

    Na ocasião, dez enxadristas participaram do certame decisivo para definir o desafiante do campeão mundial, Mikhail Botvinnik.

    Dois húngaros estiveram no evento: Andor Lilienthal e László Szabó. Ambos terminaram com 7,0 pontos em 18 rodadas e compartilharam a oitava colocação.

    Já no famoso Zurich 53, László Szabó esteve presente mais uma vez e terminou na 12ª colocação entre os 15 participantes, com 13 pontos em 28 rodadas.

    A melhor atuação de Szabó em um Torneio de Candidatos aconteceu em Amsterdã – 1956, quando conquistou a terceira colocação na frente de Spassky, Petrosian, Bronstein e Geller.

    Smyslov foi o campeão e Keres ficou em segundo.

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    Euwe x Szabó

     

    Benko

    Paul Benko nasceu na França, mas foi criado na Hungria.

    Idealizador do Gambito Benko, jogou o Torneio de Candidatos de 1959, na Iugoslávia.

    Acabou na lanterna entre os oito participantes, com 8,0 pontos em 28 rodadas.

    Três anos mais tarde, participou mais uma vez do evento. Em Curaçao – 1962, finalizou a disputa na sexta colocação com 12 em 28.

     

    Portisch

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    Portisch esteve na elite mundial durante vários anos

     

    Lajos Portisch é o representante húngaro com o maior número de participações em Torneios de Candidatos, oito no total.

    Em 1965, a fórmula de disputa mudou para o sistema eliminatório e Portisch foi eliminado por Mikhail Tal nas quartas de final. O placar do match foi de 5.5 x 2.5 para o soviético.

    No ciclo de 1968, o húngaro perdeu mais uma vez nas quartas de final. Na ocasião, derrota de 5.5 x 4.5 para o dinamarquês Bent Larsen.

    O retorno à disputa do título mundial aconteceu em 1974 quando, pela terceira vez, Portisch caiu nas quartas de final. Derrota para Tigran Petrosian por 7×6.

     

    Título mundial mais próximo

    Em 1977, finalmente Portisch conseguiu se classificar para as semifinais.

    Nas quartas, Lajos deu o troco em Larsen e venceu por 6.5 x 3.5. Contudo, nas semifinais o enxadrista não foi páreo para Boris Spassky e perdeu por 8.5 x 6.5.

    No ano de 1980, Portisch – com 43 anos – seguia em forma e deu o troco em Boris Spassky. Nas quartas de final do Torneio de Candidatos o placar final foi de 7×7, mas o húngaro se classificou porque venceu mais partidas de pretas.

    Porém, pela segunda vez consecutiva, Portisch caiu nas semifinais, derrota para o alemão, Robert Hübner, por 6.5 x 4.5.

    Em 1983, lá estava Portisch de novo em mais um torneio da elite do xadrez. Desta vez, derrota de 6×3 para Victor Korchnoi nas quartas de final.

     

    Os últimos Torneios Candidatos

    Em 1986, o formato do Torneio de Candidatos mudou mais uma vez. Dezesseis enxadristas disputaram um torneio no formato todos contra todos, classificando os quatro primeiros para as semifinais e, posteriormente, final.

    O campeão enfrentaria Anatoly Karpov em um match e o vencedor finalmente teria o direito de desafiar o campeão, Garry Kasparov.

    Portisch terminou na 12ª colocação e não se classificou para as semifinais.

    Finalmente em 1989, aos 52 anos, Lajos Portisch disputou seu último Torneio de Candidatos. O torneio foi disputado por 16 jogadores, em sistema eliminatório. Nas oitavas de final, Portisch eliminou Rafael Vaganian por 3.5 x 2.5. Caiu mais uma vez nas quartas, 3.5 x 2.5 para Jan Timman.

     

    Adorjan

    Em 1980 a Hungria teve dois representantes no Torneio de Candidatos.

    András Adorjan caiu nas quartas de final para o alemão Robert Hübner: 5.5 x 4.5. Hübner também eliminou Portisch na fase seguinte.

     

    Ribli

    Zoltán Ribli e Portisch foram os representantes húngaros em 1983.

    Ribli passou por Eugenio Torre (6×4) nas quartas de final, mas caiu para Smyslov nas semifinais, por 6.5 x 4.5.

    Já em 1986, Ribli terminou o Candidatos na 14ª posição e não passou para a seguinte fase  da competição.

     

    Sax

    Gyula Sax foi mais um enxadrista húngaro que conseguiu estar entre os melhores do mundo.

    No Torneio de Candidatos de 1989, perdeu nas oitavas de final para o inglês Nigel Short por 3.5 x 1.5. Detalhe: mais uma vez a Hungria teve dois participantes.

    Já no Candidatos de 1993, Sax foi o único húngaro na disputa, quando perdeu para Viktor Korchnoi (5.5 x 4.5), outra vez nas oitavas de final.

     

    Polgar

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    Polgar conseguiu uma vitória histórica contra Kasparov em 2002

     

    A húngara Judit Polgar foi a única mulher da história a estar entre os dez melhores enxadristas do mundo.

    Em 1999, Judit chegou nas quartas de final do torneio da FIDE, válido pelo Campeonato Mundial.

    Acabou derrotada por 1,5 x 0,5 pelo russo Alexander Khalifman, que acabou campeão da disputa.

    Em 2005, Judit Polgar disputou o Campeonato Mundial da FIDE realizado na Argentina.

    A competição contou com a presença de oito enxadristas, no formato todos contra todos.

    Polgar somou 4,5 em 14 rodadas e terminou na oitava colocação. Veselin Topalov foi o campeão.

     

    Leko

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    Por muito pouco Peter Leko não tornou-se campeão mundial

     

    Peter Leko foi o enxadrista húngaro que esteve mais próximo de ser campeão mundial.

    Em 2002, Leko venceu o Torneio de Candidatos da PCA e tornou-se o desafiante de Vladimir Kramnik.

    Na campanha vitoriosa, o húngaro eliminou Adams, Morozevich, Shirov e Topalov.

    No match pelo Campeonato Mundial, em 2004, Leko vencia por 7×6 e precisava apenas de um empate para se tornar campeão mundial.

    Porém, no último jogo, Kramnik conseguiu a vitória com as peças brancas e empatou o duelo, mantendo o título.

    No Campeonato Mundial da FIDE, realizado na Argentina em 2005, Leko e Polgar foram os dois húngaros na disputa. Peter terminou na quinta colocação com 6.5 pontos em 14 partidas.

     

    Olimpíadas

    Como já mencionado, a equipe olímpica da Hungria faturou 12 medalhas na história.

    Os húngaros ficaram com o título nas duas primeiras edições da Olimpíada de Xadrez, em 1927 e 1928. O tricampeonato aconteceu na Argentina, em 1978.

    Em sete ocasiões os húngaros ficaram com a prata: 1930, 1937, 1970, 1972, 1980, 2002 e 2014. E o bronze veio em 1956 e 1966.

     

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    Gerações vitoriosas do xadrez húngaro: Portisch x Rapport

     

    Qual é o enxadrista húngaro mais forte de todos os tempos? Deixe sua opinião nos comentários.

     

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    2 Responder para “Grandes Potências do Xadrez: Hungria”

    • Misael Da Cruz

      É! Difícil escolher um só nome de tantas pérolas que saíram do xadrez húngaro! Mas eu escolho o principal nome dessa lista: a majestosa e fortíssima rainha do xadrez mundial - Judit Polgar

    • Alexandre Nogueira

      Excelente artigo! São raros os enxadristas que conseguiram uma longevidade em alta performance como Portish. Recomerdo-me de poucos como Lasker e Smyslov.

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