Olimpíadas de Batumi: Números Finais

    Olimpíadas de Batumi: Números Finais

     

    China Dominante

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    Chineses ganharam o ouro no absoluto pela segunda vez na história

    As equipes da China venceram a Olimpíada de Xadrez 2018, realizada em Batumi, na Geórgia. Até então, o feito de conquistar os dois torneios simultaneamente, feminino e absoluto – porque também aceita mulheres – era possível apenas para a poderosa União Soviética das décadas de 1970 e 1980. Agora foi a vez dos chineses conseguirem essa façanha, um fato curioso se levar em conta a proibição do xadrez no país durante os primeiros anos da Revolução Cultural, entre 1966 e 1976.

    O título do torneio absoluto veio após uma disputa acirrada com Estados Unidos e Rússia. As três equipes contabilizaram oito vitórias, dois empates e uma única derrota. Os chineses ganharam o ouro por terem melhor critério de desempate. É o segundo título chinês da história, o primeiro foi na Olimpíada de Tromso, em 2014. Em Batumi, a prata ficou com os Estados Unidos e o bronze com a Rússia.

     

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    Ju Wenjun comandou a equipe feminina em um mais um ouro olímpico

    A disputa no feminino foi igualmente tensa com China e Ucrânia empatadas com sete vitórias e quatro empates.  As chinesas também levaram o ouro nos critérios de desempate. Foi o sexto ouro olímpico, o segundo consecutivo, das mulheres chinesas. A Ucrânia terminou com a prata e a Geórgia com o bronze.

     

    Jejum Russo

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    O  ex-campeão mundial, Vladimir Kramnik, não conseguiu fazer a Rússia voltar ao topo

    Antes da Olimpíada de Batumi, os enxadristas russos foram recebidos pelo presidente Vladimir Putin, que manifestou o interesse de fazer seu país voltar a dominar o xadrez mundial. A Rússia terminou na terceira posição no absoluto e o país era o pré-ranqueado número dois. Subir no pódio é bom, mas os russos não ficam com o ouro desde 2002 e esse jejum torna-se cada vez mais incômodo. A quarta colocação no feminino é um fracasso maior, visto que a Rússia era a equipe pré-ranqueada número um.

    Está claro que cada vez mais países fazem parte da elite mundial e o equilíbrio é cada vez maior. Situação também perceptível no futebol, no qual as principais forças passaram a acumular fracassos com maior frequência. Há muito tempo Brasil e Rússia deixaram de ser o “país do futebol” e o “país do xadrez”, respectivamente.

     

    Polônia Surpreende

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    Jan-Krzysztof Duda, o tabuleiro um da brilhante equipe polonesa

    Uma prova do equilíbrio está na surpreendente atuação da Polônia. Após a nona rodada, os poloneses lideravam o torneio absoluto de forma isolada. Nem o polonês mais otimista esperava tamanho desempenho. A Polônia venceu confrontos históricos contra Rússia, Estados Unidos, Ucrânia e França. Além disso, empates com Índia, Armênia e Azerbaijão, mostram a grandeza da atuação do time liderado por Jan-Krzysztof Duda e Radoslaw Wojtaszek.

    O país terminou sem medalha, na ingrata quarta colocação. De qualquer forma, trata-se do melhor rendimento desde o longínquo ano de 1939, quando uma equipe da Polônia subiu no pódio do torneio absoluto pela última vez. O xadrez polonês tem tradição com seis medalhas olímpicas entre 1928 e 1939: uma de ouro, duas de prata e três de bronze.

     

    Atuações Sul-Americanas

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    Itália x Equador: equatorianos terminaram na 38ª colocação

    Em relação aos países sul-americanos, existia uma grande expectativa com as equipes de Argentina, Brasil e Peru. Contudo, os argentinos terminaram na 41ª posição, os peruanos em 49º e os brasileiros em 63º. De fato, é preciso reconhecer que os resultados não foram bons, mas isso também não quer dizer que foi um fracasso total, afinal, a classificação final de uma Olimpíada tem relação direta com emparceiramentos favoráveis, em especial nas últimas rodadas.

    Vale lembrar que o xadrez é um esporte e por essa razão é tão apaixonante. Por isso, o imponderável também pode definir o futuro de uma equipe na competição. Uma derrota em uma posição ganhadora é suficiente para abalar todo o time durante um match.

    O melhor desempenho sul-americano no absoluto foi da equipe do Equador, 38ª colocada. Vale parabenizar a medalha de ouro do GM peruano Jorge Cori, no tabuleiro três, com um rating performance de 2.925 pontos, sete vitórias e um único empate. Destaque para a vitória contra o prodígio chinês Wei Yi (2742). O GM argentino Diego Flores também teve uma magnífica atuação.

     

    Resultados do Brasil no Absoluto

    Rodada 1: Brasil 4 x 0 Malawi

    Rodada 2: Andorra 0x4 Brasil

    Rodada 3: Brasil 1.5 x 2.5 Inglaterra

    Rodada 4: Venezuela 2×2 Brasil

    Rodada 5: Brasil 1×3 Geórgia

    Rodada 6: Ilhas Faroe 1×3 Brasil

    Rodada 7: Estônia 2.5 x 1.5 Brasil

    Rodada 8: Brasil 4×0 Angola

    Rodada 9: IBCA 1X3 Brasil

    Rodada 10: Brasil 1.5 x 2.5 Grécia

    Rodada 11: Bélgica 2X2 Brasil

     

    Desempenho dos Enxadristas do Brasil

     

    NomeEloPts.PartidasPerformanceelo+/-
    Leitao Rafael26205,092587-3,4
    Fier Alexandr25584,592446-11,7
    Supi Luis Paulo25486,5102507-2,2
    Mekhitarian Krikor Sevag25435,582478-4,4
    El Debs Felipe de Cresce25426,082501-0,7

     

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    Rafael Leitão, Susan Polgar, Alexandr Fier e Krikor Mekhitarian

     

    Feminino

    Pré-ranqueadas número 45, as brasileiras terminaram na 57ª posição com 5 vitórias, 2 empates e 4 derrotas. Um resultado aquém do esperado, mas vale mencionar o esforço das meninas do Brasil para melhorar o nível e representar o país da melhor forma possível.

     

    Resultados do Brasil no Feminino

    Rodada 1: Taiwan 1 x 3 Brasil

    Rodada 2: Brasil 2×2 Coréia do Sul

    Rodada 3: Geórgia 3.5 x 0.5 Brasil

    Rodada 4: Brasil 2.5 x 1.5 Macedônia

    Rodada 5: Brasil 0x4 Espanha

    Rodada 6: Irlanda 1×3 Brasil

    Rodada 7: Brasil 2.5 x 1.5 México

    Rodada 8: Indonésia 2×2 Brasil

    Rodada 9: Brasil 2.5 x 1.5 Letônia

    Rodada 10: Cuba 2.5 x 1.5 Brasil

    Rodada 11: Estônia 3×1 Brasil

     

    Desempenho das Enxadristas do Brasil

     

    NomeEloPts.PartidasPerformanceelo+/-
    Terao Juliana Sayumi22556,0112214-9,0
    Alboredo Julia21744,5102063-27,4
    Librelato Kathie Goulart21106,51021115,6
    Rothebarth Ana Vitoria de Paula20632,581721-67,2
    Chang Suzana20371,051731-38,2

     

    Classificação Final – Top 10 Absoluto e Feminino

     

    Rk.Equipe – AbsolutoPontosEquipe – FemininoPontos
    1China18China18
    2Estados Unidos18Ucrânia18
    3Rússia18Geórgia 117
    4Polônia17Rússia16
    5Inglaterra17Hungria16
    6Índia16Armênia16
    7Vietnã16Estados Unidos16
    8Armênia16Índia16
    9França16Geórgia 216
    10Ucrânia16Azerbaijão16

    Palpites da Redação

    Antes do início da competição, a redação da Academia Rafael Leitão não ficou em cima do muro deu os seguintes palpites no torneio absoluto: 1-China (que palpite!), 2- Estados Unidos (quer os números da Mega – Sena também?) 3-Índia (seria muita presunção acertar o pódio completo), 4- Ucrânia (essa passou longe) e 5- Rússia (correu por fora e levou sorte de ficar com o bronze, portanto, o palpite não foi tão ruim assim).

    Já no feminino a redação acreditava na Rússia, seguida pela Ucrânia, China, Índia e Geórgia. Dos cinco países mencionados, quatro permaneceram entre as melhores equipes. A redação acertou em cheio na prata ucraniana e errou nos demais resultados.

     

    Qual foi o resultado mais surpreendente da Olimpíada de Batumi? Deixe sua opinião nos comentários.

    Imagens: Fide.com

    Resultados completos no chess-results.

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    Uma resposta para “Olimpíadas de Batumi: Números Finais”

    • Ivan

      Quais foram os melhores resultados do Brasil nas olimpíadas de xadrez? Tanto individualmente quanto coletivamente?

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