Uma das histórias mais fascinantes do xadrez no século 20 é a viagem do jovem Bobby Fischer a Moscou em 1958. Recentemente descobri uma parte pouco documentada dessa viagem e que mostra um lado diferente do gênio americano.
Fischer, de apenas 14 anos, era o mais jovem campeão americano da história e foi convidado pela Federação Soviética para conhecer Moscou. Ele e Joan, sua irmã, começaram a jornada com uma parada em Bruxelas. Depois de Moscou a viagem seguiria para Belgrado, onde seria disputado o Torneio de Candidatos.
Um adolescente americano chamado Larry Finley estava de férias em Bruxelas com a mãe. A cidade sediava a Expo 58, a primeira grande Exposição Mundial depois da segunda guerra. Ele leu sobre a visita de Fischer e entrou em contato com ele, imaginando que o jovem prodígio gostaria de conversar com outro adolescente americano.
E foi o que aconteceu. Eles se deram muito bem e passaram três dias passeando pelos pavilhões da exposição e conversando sobre carros, garotas e ciência. Segundo o relato de Larry, estava claro que Bobby tinha uma inteligência muito acima do normal.
No último dia da viagem, Larry finalmente criou coragem para pedir uma partida de xadrez. Mas ele queria que Bobby jogasse de verdade. “Tudo bem, vou esmagar você, se é o que quer. Faz tempo que não esmago alguém, então vai ser divertido”. Foi o que aconteceu nas 4 partidas que jogaram.
No dia seguinte Bobby e Joan voaram para Moscou, uma viagem que deixou marcas profundas naquele prodígio que se tornaria um dos maiores enxadristas de todos os tempos.
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