Grandes Livros de Xadrez: Rei Branco e Rainha Vermelha
A história do xadrez nos últimos 150 anos é estimulante. Os relatos desse período trazem uma mistura de sentimentos e despertam o interesse do leitor. O xadrez não é uma bolha à parte dos acontecimentos, pelo contrário, as duas grandes guerras, a Revolução Russa, a Guerra Fria e o surgimento da Internet foram fatos marcantes do século XX e causaram grandes impactos no xadrez.
Atraídos pela evidente conexão do xadrez com o mundo, muitos deixam o amor pelo jogo em si e partem em direção a um estudo histórico. O redator da Academia Rafael Leitão, por exemplo, tem amigos que leram os volumes do livro “Meus Grandes Predecessores” pulando as partidas e as longas análises dos jogos. O foco estava nas curiosidades, no contexto em que as disputas aconteciam.
O livro
Para quem tem interesse em uma literatura histórica, o livro “Rei Branco e Rainha Vermelha” de Daniel Johnson, 2007, é leitura obrigatória. Traduzido para o português por Vitor Paolozzi, não tem partidas, mas resume a história do xadrez no último século. Além disso, a obra faz conexões diretas entre o xadrez e o contexto da época.
Rei Branco e Rainha Vermelha não é apenas um livro de xadrez, mas também é carregado de conteúdo de cunho político. O próprio subtítulo indica esse perfil: “Como a Guerra Fria foi disputada no tabuleiro de xadrez”. Vale ressaltar que o autor britânico – também um enxadrista sem destaque – ganhou brilho como jornalista na cobertura da queda do Muro de Berlim, um dos atos finais da Guerra Fria.
Daniel Johnson não esconde sua aversão à União Soviética e, em especial, ao comunismo. Por esse motivo, sua preferência por Kasparov é nítida em detrimento a Karpov. Botvinnik também não é visto com bons olhos, pois para Johnson, os Grandes Mestres soviéticos eram marionetes no objetivo de transmitir uma falsa superioridade do comunismo em relação ao mundo ocidental.
Crítica
O título Rei Branco e Rainha Vermelha (White King and Red Queen) não ficou muito atraente para os leitores em português. Um título mais criativo poderia despertar mais a atenção do público para a obra.
De todo modo, não há como não se render à obra do ponto de vista histórico. Questões políticas à parte, o mundo do xadrez possui histórias fantásticas e, graças ao trabalho do autor, elas foram reunidas e retiradas do limbo.
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A ideia é interessante, porém a parcialidade do autor, no estilo George Bush de nós somos o bem e eles são o mal acaba enviesando demais, ficando mais parecido com Star Wars do que com a complexidade real da história.
O viés ideológico atrapalha bastante. Comecei a ler mas a impressão é que o autor não faz um trabalho jornalístico imparcial. Lerei até o fim, mas certamente terei que filtrar muitas coisas e ler autores sobre a história da revolução russa que partam de uma perspectiva mais imparcial e objetiva.
acabei de terminar o livro e gostei muito!
Acabo de terminar a leitura e achei uma obra sensacional. Ao meu ver, o autor apenas tratou da verdade nua e crua. Em nada me surpreende que chamem de parcial, de viés ideológico, se fosse o contrário provavelmente não teria esse tipo de afirmação. Recomendo!
Não existe "imparcialidade" a ser observada quando se trata de opinar sobre o Comunismo, uma ideologia genocida que assassinou mais de 100 milhões de pessoas no século XX. Quanto à Revolução Russa, a trupe de celerados liderados pelo genocida V. I. Lenin matou friamente toda a família real Russa, inclusive as cinco crianças, e em 1989 ruiu espetacularmente com um saldo de 60 milhões de mortos. O livro de Daniel Johnson já está em minha lista de leituras para este ano de 2020.
Disse , que não disse.