É. Quando o match pelo título mundial estava para começar, tivemos uma reunião da alta cúpula da Redação d´Academia e planejamos – banhados em sangue, suor e lágrimas – toda uma gama de estratégias, planos e atividades, para acompanharmos o evento mais esperado do ano! Quanta emoção e…
Reunião da alta cúpula d´Academia Rafael Leitão
… Não. Sejamos sinceros. Não. As emoções da sétima partida foram tantas que quase repetimos a matéria da sexta partida, pois, em síntese, não há nada de novo sob o sol. Ou, em latim, nihil novi sub sole. Mas por que em latim? Porque precisamos transmitir alguma coisa útil para você, leitor. E, desculpe, não vai ser a sétima partida do match entre Carlsen e Karjakin (o que não quer dizer que não vale clicar aqui e conferir a partida). É um tipo de protesto. Talvez. Mas, de toda forma, outros matchs recentes pelo título também abusaram da paz.
Quando o assunto é, digamos, uma disputa um pouco monótona, impossível não lembrarmos de Vishwanathan Anand e Boris Gelfand (2012). Após seis empates, Gelfand marcou o primeiro ponto na sétima partida. Anand descontou na oitava e o match acabou sendo decidido nas partidas rápidas. Das 5 partidas rápidas, Anand venceu apenas a segunda. O resto? Empate, claro.
Caso Carlsen e Karjakin empatem hoje a oitava, eles irão alcançar a façanha de Gary Kasparov e, de novo, Vishwanathan Anand (1995). 21 anos atrás, também na cidade de Nova York (o que será que tem lá que os jogadores ficam pacíficos?), Após oito empates, Anand venceu a nona partida. Kasparov deu o troco na décima e assumiu a liderança na décima primeira. E Kasparov ainda venceu mais duas partidas. 10,5 x 7,5.
E nem vamos falar de Karpov x Korchnoi (1978), com 21 empates; Spassky x Petrosian (1966), com 17 empates; Lasker e Capablanca (1921), com 11 empates; Lasker x Schlechter (1910), com 8 empates; e, claro, o mitológico e interminável match Karpov x Kasparov: 40 empates de 48 partidas! Mas eram outros tempos e outros formatos de disputada… De toda forma, eis as palavras do nosso GM Rafael Leitão sobre a atual disputa do título mundial: “Um dos piores matches da história do xadrez até agora. Quem concorda? Talvez esteja melhor que Kramnik x Leko de 2004, mas não lembro de outro tão ruim…”
Ainda continua a dúvida:
“água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”
ou
“quem não faz, leva”?
Ou agora teria sido melhor ter ido ver o filme do Pelé?
FONTES
Escrito por Equipe Academia de Xadrez Rafael Leitão 21-11-2016
MC perdeu porque tentou ganhar. Para o bem do xadrez MC tem que virar o placar, senão teremos o campeão do mundo mais insosso da história.