Vladimir Petrov nasceu em 27 de setembro de 1907, em Riga, na Letônia. Aprendeu xadrez relativamente tarde, aos 13 anos de idade. No entanto, sua evolução foi rápida e seis anos depois venceu o Campeonato de Riga. Além disso, foi campeão nacional em duas ocasiões: 1935 e 1937.
Destaque Internacional
Ainda em 1937, Petrov fez a melhor exibição de sua carreira. No fortíssimo torneio de Kemeri, o enxadrista somou 12 pontos em 18 rodadas e dividiu a primeira colocação com Samuel Reshevsky (Estados Unidos) e Salo Flohr (Tchecoslováquia), na frente de Alexander Alekhine entre outros nomes de peso como: Keres, Tartakower, Fine e Stahlberg.
Petrov disputou oito Olimpíadas por seu país – sete oficiais e a Olimpíada não oficial de Munique, em 1936. Destaque para a atuação em Praga (1931), quando o enxadrista conquistou a medalha de ouro no terceiro tabuleiro. Em Buenos Aires (1939), Petrov teve outra atuação brilhante e conquistou o bronze invicto no primeiro tabuleiro, atrás apenas de José Raúl Capablanca e Alexander Alekhine.
No livro “Rei Branco e Rainha Vermelha”, o autor Daniel Johnson descreve a importância de Vladimir Petrov para o xadrez mundial. “Era uma estrela tão brilhante no firmamento do xadrez quanto Paul Keres, seu rival da Estônia, o Estado báltico vizinho”.
Paul Keres x Vladimir Petrov
Não confunda os Petrovs
É possível que os amantes da Defesa Petroff ou Petrov, ou ainda Defesa Russa associem o nome da abertura com o enxadrista Vladimir Petrov, mas a origem das jogadas 1.e4 e5 2.Cf3 Cf6 é mais antiga. Esses estudos são de Alexander Petrov, um enxadrista russo que viveu entre 1794 e 1867.
Triste destino
Quando Stalin ocupou os países bálticos (Lituânia, Letônia e Estônia), em 1940, Petrov tornou-se um cidadão soviético. No início, quando a Alemanha invadiu a União Soviética, o enxadrista foi trabalhar na agência de notícias Tass, devido a sua habilidade com línguas.
Porém, essa mesma conexão com conteúdos estrangeiros tornaram Vladimir Petrov um alvo fácil para as acusações de espionagem. Em 1942, o enxadrista desapareceu. O destino de Petrov só apareceu em 1989, quando a KGB (Serviços Secretos da União Soviética) admitiu a verdade.
Vladimir Petrov foi levado para a prisão Lubianka, em Moscou. Quando questionado sobre os torneios de xadrez disputados na América Latina, instruído a não omitir informações, retrucou de maneira insolente: “Por que eu deveria esconder?”.
O enxadrista acabou condenado a dez anos de prisão, mas morreu um ano depois, em agosto de 1943, um mês antes de completar de 36 anos. A morte de prisioneiros era natural, devido às péssimas condições de sobrevivência dos gulags – campos de trabalhos forçados para criminosos, presos políticos e opositores do sistema.
Petrov com sua esposa Galina
Vladimir Petrov e Paul Keres foram dois grandes enxadristas da região dos países bálticos. Ambos foram oprimidos pela realidade soviética. Keres teve um pouco mais de sorte e sobreviveu ao sistema. No entanto, se a história pudesse ser reescrita, quem seria o melhor enxadrista da região báltica? Deixe sua opinião nos comentários.
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Seria o Keres mesmo... o Petrov até poderia ser tão sólido, mas Vladimir jamais seria tão profundo quanto Paul!
Porque Keres possuía uma gama de recursos, que só não impressionava o imperturbável Botvinnik.
jamais saberemos porque a truculencia não deixou
E existe quem defenda esse sistema até hoje.