Uma das belezas mais peculiares do jogo de xadrez é a flexibilidade em relação à idade dos praticantes. Em que pesem as vantagens e desvantagens da juventude ou da experiência, o jogo atinge a todos.
Muito se discute qual seria a melhor idade para começarmos a jogar xadrez. Embora sejam várias as respostas possíveis para esta questão, uma coisa é certa: não existe uma idade para se parar de jogar xadrez. Agradável companheiro de toda uma vida, além dos benefícios para a saúde (leia o nosso artigo sobre a utilização do xadrez para o combate do Alzheimer), em alguns casos, o xadrez é uma necessidade natural e intrínseca ao indivíduo. O enxadrista é enxadrista para sempre. Por exemplo: impossível pensarmos em Viktor Korchnoi, 84 anos, distante dos tabuleiros – e ele ainda anda batendo em muito “menino” por aí…
[Batendo na “molecada” e dando risada: Korchnoi 84 anos]
O Campeonato Mundial Sênior 2015, disputado na aconchegante cidade Italiana de Acqui Terme, entre os dias 10 e 21 de novembro, veio para reafirmar um pouco tudo isso. Em 11 rodadas, pelo Sistema Suíço, e disputado em duas categorias, maiores de 50 anos e maiores de 65 (tanto no feminino, quanto no masculino) o evento contou com a participação de mais de 300 pessoas.
E o Brasil esteve muito bem representado com 12 jogadores (nenhuma jogadora, infelizmente) e sendo três titulados: o MF Wagner Martins Madeira e os MIs Francisco Trois e Herman Claudius Van Riemsdijk – o mestre brasileiro mais gentleman, e elegante, de todos os tempos. Verdadeira enciclopédia enxadrística!
[Dezembro de 1979: Mestre Herman Claudius, à esquerda, enfrentando Florin Gheorghiu. A “fraca” plateia é (da esquerda para a direita): Ruben Rodríguez, Slim Bouaziz, Lev Polugaievsky, Ljubomir Ljubojevic, Yehuda Grünfeld e Mikhail Tal!]
Na categoria acima de 50 anos o vencedor foi o lendário Predrag Nikolic – com 9,5 pontos. Eduardas Rozentalis e Geor Mohr foram o segundo e terceiro colocados – com 9,0 e 8,5 pontos, respectivamente.
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Nesta categoria, que apresentou 97 jogadores, o melhor brasileiro foi Alexandre Letizio Vieira – que somou 6,5 pontos e ficou na 29ª posição. Ainda participaram deste grupo: Milton Kasuo Okamura: 50ª posição com 5,5 pontos; Wagner Martins Madeira: 53ª posição e 5,5 pontos; Arnor Serafim Júnior: 69ª posição e 4,5 pontos; Cássio Roberto Sopko: 87ª posição e 3,5 pontos; Luiz Carlos Caribe Santos: 93ª posição e 3,5 pontos.
[Na categoria acima de 50 anos, Alexandre Letízio Vieira foi o melhor brasileiro: 29ª posição com 6,5 pontos]
No Absoluto acima de 65 anos o vencedor, com também 9,5 pontos, foi o francês Vladimir Okhotnik – que superou o compatriota, e favorito, Anatoly Vaisser, que finalizou com 8,5 pontos. Viktor Kupreichik, o terceiro lugar, somou 8,0 pontos.
Aqui o melhor brasileiro foi o nosso querido MI Herman Claudius Van Riemsdijk com 7,0 pontos e a 22ª posição. O MI Francisco Trois fez 6,5 pontos e ficou na 32ª posição. Ainda neste grupo, de 120 jogadores, tivemos: Afonso Palma de Haro Martim: 49º posição e 6,5 pontos; David Borensztajn: 106ª e 5,5 pontos; Márcio Netto Baeta: 113 e 5,0 pontos; Hamilton Mesquista do Prado: 120ª e 5,0 pontos.
Parabéns aos brasileiros e viva o xadrez – companheiro eterno.
Fontes:
European Team Chess Championship
Escrito por Equipe Academia de Xadrez Rafael Leitão 23.11.2015.
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