Floripa Chess Open
Campeão em 2017, Axel Bachmann passou o título para Andres Rodriguez
O Floripa Chess Open é a grande festa do xadrez brasileiro. Em 2018, 409 enxadristas participaram do torneio realizado entre os dias 19 a 25 de janeiro, no belíssimo Lira Tênis Clube, onde o querido Gustavo Kuerten (Guga) deu suas primeiras raquetadas rumo a elite mundial do Tênis.
Organizado pela dupla Kaiser Mafra e Marcelo Pomar, o evento contou com a presença de 10 grandes mestres: o peruano Júlio Granda; o trio de ferro paraguaio formado por Axel Bachmann, Neuris Delgado e José Cubas; Andres Rodriguez, do Uruguai; além do esquadrão brasileiro composto por: Alexandr Fier, Krikor Mekhitarian, Everaldo Matsuura, Yago Santiago e Evandro Barbosa.
A grandeza do torneio se confirma pela representatividade, 12 bandeiras e 26 estados brasileiros representados. Além dos R$30 mil em prêmios, a beleza das praias de Florianópolis é mais um atrativo para os enxadristas.
Os organizadores Marcelo Pomar e Kaiser Mafra incentivando os jogadores
Andres Rodriguez bicampeão e o jejum brasileiro
É possível dizer que a edição de 2018 do Floripa Open foi a mais equilibrada. Nos três anos anteriores, o campeão fez 8.5 pontos em 10 rodadas. Agora, Andres Rodriguez, Alexandr Fier, Evandro Barbosa, Axel Bachmann e Neuris Delgado terminaram o torneio com 8.0 pontos e dividiram o primeiro posto.
A ordem dos nomes acima foi à mesma da classificação no torneio, portanto, o Grande Mestre Andres Rodriguez conquistou o título pela segunda vez. O uruguaio também venceu a primeira edição do torneio, em 2015. Na campanha vitoriosa deste ano, Andres terminou invicto com seis vitórias e quatro empates e um rating performance de 2570.
Barbosa x Rodriguez, Evandro liderou até a última rodada e acabou em terceiro
Antes da última rodada, o GM Evandro Barbosa liderava de forma isolada e poderia ser o primeiro brasileiro a vencer o Floripa Open, no entanto, o empate com o GM Krikor Mekhitarian colocou Barbosa no grupo dos enxadristas com 8.0 pontos.
Faltando apenas uma ou outra partida para o fim do torneio, o GM Fier acreditava ter o melhor critério de desempate. No entanto, o fato não se confirmou e o brasileiro terminou em segundo. Deste modo, o jejum brasileiro continua no principal aberto do país. Em quatro edições, os brasileiros conseguiram cinco pódios: dois vice-campeonatos e três terceiros.
Fier x Rodriguez: título brasileiro ficou no quase
Floripa Chess Open – Histórico
ANO | Campeão | Vice-campeão | Terceiro |
2018 | Andres Rodriguez (Uruguai) | Alexandr Fier (Brasil) | Evandro Barbosa (Brasil) |
2017 | Axel Bachmann (Paraguai) | Alexei Shirov (Letônia) | Julio Granda (Peru) |
2016 | Julio Granda Zuniga (Peru) | Neuris Delgado(Paraguai) | Felipe El Debs (Brasil) |
2015 | Andres Rodriguez (Uruguai) | Roberto Molina (Brasil) | Diego Di Berardino (Brasil) |
Mídia e Emparceiramento
Mais uma vez o evento superou os padrões brasileiros. As cinco primeiras mesas tiveram transmissão ao vivo para diversos sites: Follow Chess, Chess Bomb, Chess 24, além da transmissão no próprio evento, onde o público acompanhava as partidas decisivas sem precisar se aproximar dos tabuleiros. O site chessbase.com também marcou presença e divulgou a competição ao redor do mundo.
Telão onde o público acompanhou as principais partidas
Sobre o emparceiramento, a competição possui peculiaridades em relação aos demais torneios do país. No Floripa Chess Open o emparceiramento possui um ritmo acelerado e isso proporciona partidas mais equilibradas, principalmente, no início da competição. Em teoria, as chances de normas de MI e GM aumentam com esse sistema.
Por outro lado, muitos jogadores se confundem com o sistema e encontram dificuldades na hora de encontrar o próprio nome no emparceiramento. Por exemplo, o enxadrista “x” (sem rating) tinha 3.5 pontos em quatro rodadas e estava jogando na mesa 39 contra um jogador de 2126, com 2.5 pontos.
No entanto, a redação da Academia Rafael Leitão é favorável ao emparceiramento acelerado. Todas as supostas aberrações possuem respostas contundentes e o torneio, de fato, fica mais interessante desde o início.
Floripa Super Blitz
Na tarde de domingo, o torneio de relâmpago animou os 137 participantes e o público em geral. Após 11 rodadas, o GM José Cubas (Paraguai) foi o campeão com 9.5 pontos em 11 rodadas. O MI Dragan Stamenkovic (Sérvia) terminou em segundo e o GM Andres Rodriguez (de novo ele!) completou o pódio.
José Cubas dominou o blitz
Xadrez Feminino
Além das várias enxadristas presentes, mulheres também contribuíram na organização do evento
Sempre com destaque na Academia Rafael Leitão, o xadrez feminino marcou presença em Florianópolis. No total, 58 mulheres participaram da competição. A MF brasileira Juliana Terao fez 6.5 pontos e conquistou o título da categoria. A WFM Gabriela Vargas, do Paraguai, terminou em segundo e a WMI Guadalupe Besso, da Argentina, completou o pódio.
MF Juliana Terao
Confira o top 10 do xadrez feminino:
Pos. | Título | Nome | País | Rating | Pontos |
1 | MF | Juliana Terao | Brasil | 2256 | 6.5 |
2 | WMF | Gabriela Vargas | Paraguai | 2099 | 6.5 |
3 | WMI | Guadalupe Besso | Argentina | 2011 | 6.0 |
4 | WMF | Julia Alboredo | Brasil | 2138 | 6.0 |
5 | WMF | Anahi Meza | Argentina | 2088 | 6.0 |
6 | WMI | Regina Ribeiro | Brasil | 1960 | 6.0 |
7 | Gabrieli de Melo | Brasil | 1633 | 6.0 | |
8 | Vivian Heinrichs | Brasil | 1991 | 5.5 | |
9 | Danieli de Melo | Brasil | 1621 | 5.5 | |
10 | Artemis Guimarães | Brasil | 1929 | 5.5 |
Ainda não acabou
O torneio aberto pode ter chego ao fim, mas o Floripa Chess continua até 31 de janeiro com o Floripa Masters – norma de GM, e com o Magistral Lourenço João Cordioli – norma de MI. O MI Diego Di Berardino é o principal candidato a conquistar a norma de GM.
O jejum brasileiro será quebrado em 2019, ou será mais um ano de domínio estrangeiro? E sobre o emparceiramento acelerado, o que acha desse sistema? Deixe sua opinião nos comentários.
Imagens: Elana de Souza e Nira Pomar.
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Foi um ótimo torneio, acompanhei desde o início, só acho que pecou em algumas transmissões das cinco mesas do tabuleiro, invertendo alguns resultados, travando durante o jogo e mais algumas outras coisas, mas foi ótima à organização em si, espero que para os próximos floripas que vão vir algum brasileiro leve à taça, nesta estava torcendo para o Krikor, e quem sabe tenha transmissão ao vivo com livre e vídeos dos jogadores, ótimo post Rafael, Parabéns!
Muito bom torneio! Gostei do sistema acelerado de emparceiramento... um destaque faço às mulheres, muito bons resultados!!! Estou com uma dúvida: qual a diferença entre MF e WMF? Em sempre pensei que MF fosse Mestre Fide masculino e WFM Mestre Fide Feminino... mas porque então a Juliana é MF e não WMF??