Grandes Potências do Xadrez: China
Apesar das possíveis ligações com os primórdios do xadrez, a China só aderiu a FIDE em 1975. Até então, o xadrez não tinha destaque no país, sendo proibido durante os primeiros oito anos da Revolução Cultural (1966-1976). Depois disso, magnatas viram potencial no esporte e o investimento aumentou. O objetivo era claro, dominar o xadrez mundial em 2010.
China pretende ser a U.R.S.S. do século XXI
Sucesso nas Olimpíadas de Xadrez
A China disputou a primeira Olimpíada de Xadrez em 1978 e a partir então, conseguiu resultados fantásticos tanto no torneio absoluto quanto no feminino. Em Tromso 2014, a equipe absoluta – composta pelos Grandes Mestres: Wang Yue, Ding Liren, Yu Yangyi, Ni Hua e Wei Yi – conquistou a inédita medalha de ouro. Os chineses já haviam conquistado a medalha de prata em Turin 2006.
Chineses comemoraram o título em 2014
Já a equipe feminina da China apareceu pela primeira vez em uma olimpíada em 1980. As chinesas foram campeãs em cinco edições: 1998, 2000, 2002, 2004 e 2016, além de quatro medalhas de prata e quatro medalhas de bronze. Ou seja, em 19 participações na Olimpíada de Xadrez, a equipe feminina da China subiu no pódio 13 vezes.
Domínio do Xadrez Feminino
Xie Jun (1991-1996, 1999-2001)
As enxadristas da União Soviética dominaram o xadrez mundial entre 1950 e 1991. A hierarquia foi quebrada em 1991, quando a chinesa Xie Jun tornou-se campeã mundial ao vencer Maia Chiburdanidze, o placar foi de 8.5 x 6.5 Xie Jun defendeu o título em 1993 ao bater Nana Ioseliani por 8.5 x 2.5.
A chinesa perdeu o título para Susan Polgar (8.5 x 4.5) em 1996, mas recuperou em 1999, quando venceu Alisa Galliamova por 8.5 x 6.5. Em 2000, a FIDE mudou o sistema de disputa do Campeonato Mundial Feminino. Em vez do tradicional match, o título passou a ser disputado em um torneio eliminatório entre 64 enxadristas.
Ainda assim, Xie Jun manteve o título no ano 2000 ao vencer a compatriota Qin Kanying na decisão. Xie Jun não lutou para manter o título nos anos seguintes. Deste modo, seu reinado no xadrez feminino teve dois períodos: 1991-1996 e 1999 – 2001.
Zhu Chen (2001-2004)
No Campeonato Mundial de 2001, a China manteve o título com Zhu Chen. A enxadrista venceu a decisão contra a russa Alexandra Kosteniuk nos desempates. O placar final de 5×3. Assim como Xie Jun, Zhu Chen optou por não disputar o mundial feminino subsequente, realizado em 2004.
Xu Yuhua (2006-2008)
A China voltou a dominar o Campeonato Mundial Feminino em 2006, quando Xu Yuhua venceu Alisa Galliamova (Rússia) na final. Zhu Chen participou dessa edição do evento, mas foi eliminada na fase inicial.
Hou Yifan (2010-2016)
Hou Yifan
Em 2008, a campeã Xu Yuhua perdeu na segunda fase, mas Hou Yifan chegou à final, com derrota para Alexandra Kosteniuk. Hou Yifan finalmente conquistou o titulo em 2010, quando derrotou a compatriota Ruan Lufei na decisão.
Nesse momento, mais uma vez a FIDE mudou o sistema de disputa. Em um ano, o título ficaria com a vencedora do match entre a campeã anterior (do sistema eliminatório) e a vencedora do Grand Prix. No ano seguinte, o título seria disputado apenas no sistema eliminatório, como anteriormente.
Por essa razão, em 2011, Hou Yifan disputou um match contra a indiana Humpy Koneru. A chinesa manteve o título ao vencer por 5.5 x 2.5. A ucraniana Anna Ushenina venceu o mundial eliminatório em 2012, mas perdeu o match para Hou Yifan, 5.5 x 1.5, em 2013. O mesmo aconteceu com Mariya Muzychuk, também da Ucrânia. A enxadrista conquistou o título no sistema eliminatório em 2015, mas perdeu para Hou Yifan em 2016, 6×3.
Vale destacar que Hou Yifan não teve privilégios por ser campeã. A enxadrista conseguiu se classificar para os matchs em função dos desempenhos nos Grand Prix, já que ela não teve o mesmo sucesso nas disputas eliminatórias.
Tan Zhongyi (2017-2018)
Tan Zhongyi venceu o mundial de 2017, em sistema eliminatório. A decisão foi contra a ucraniana Anna Muzychuk. Nesse momento, Hou Yifan entrou no seleto grupo de enxadristas que se recusaram a lutar pelo Campeonato Mundial Feminino, por não concordar com as mirabolantes fórmulas de disputa impostas pela FIDE.
Match pelo Campeonato Mundial Feminino de 2018
Ju Wenjun (2018…)
Sendo assim, o match de 2018 foi disputado entre Tan Zhongyi e outra chinesa, Ju Wenjun. Wenjun ficou com o título após vencer Zhongyi por 5.5 x 4.5.
Chineses e o Campeonato Mundial
A China conta com 45 Grandes Mestres na atualidade. Nove enxadristas chineses estão no top 100 do ranking mundial – segundo a lista da FIDE de agosto de 2018 – seis deles acima da barreira dos 2.700 pontos.
De fato, a evolução enxadrística da China em pouco mais de 40 anos é sensacional. Títulos olímpicos, campeãs mundiais, vários Grandes Mestres na elite, porém, falta a cereja do bolo para completar o plano de dominação do xadrez mundial: formar um Campeão Mundial.
Ding Liren e Wei Yi são as maiores esperanças chinesas
Ding Liren
Ding Liren é a principal esperança chinesa na disputa pelo Campeonato Mundial. Ding é o primeiro chinês a ultrapassar a barreira dos 2800 pontos de rating FIDE. Atualmente, com 2804, é o quarto melhor enxadrista do mundo, atrás de Carlsen, Caruana e Mamedyarov.
Em 2018, Ding Liren quebrou outro recorde ao ser o primeiro chinês em um Torneio de Candidatos. Ding terminou na quarta colocação com uma vitória e 13 empates. Terminar um Torneio de Candidatos invicto é tarefa para poucos.
O enxadrista conseguiu a classificação por ter chegado à final da Copa do Mundo de 2017, quando perdeu para Levon Aronian (Armênia). Ding Liren tem apenas 25 anos e deve lutar pelo título mundial nos próximos anos.
Yu Yangyi
Com apenas 24 anos e 2764 de rating, Yu Yangyi não pode ser descartado. O chinês é atualmente o 12º no ranking mundial e pode dar uma arrancada rumo ao topo nos próximos anos.
Wei Yi
Wei Yi talvez seja a grande esperança chinesa na disputa pelo Campeonato Mundial. O chinês está com 2741 de rating e é o 20º colocado no ranking da FIDE, porém, tudo isso com apenas 19 anos. Ele é o enxadrista mais jovem entre os melhores do mundo e é um candidato natural ao título nos próximos anos.
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