A China Venceu o Mundial por Equipes

    No que já está se tornando tradição, a China terminou em primeiro e a Rússia ficou fora do pódio no Mundial por Equipes, disputado na Armênia.

    A impronunciável cidade de Tsaghkadzor, na Armênia, localizada ao norte de Hrazdan, na província de Kotayk e que abriga um popular resort e spa (não, nunca fui lá. Cortesia da Wikipedia – na quinta confirmo as informações com o amigo GM Krikor Mekhitarian), hospedou o Campeonato Mundial por equipes, de 18 a 29 de abril.

    E quem ganhou? Leitores atentos do blog da Academia Rafael Leitão sabem a pergunta que estava no ar (leia aqui). Claro que foram eles, os chineses, que cada vez mais se consolidam como a força a ser batida em torneios por equipes. Sinceramente, com os jogadores que têm, lentamente galgando posições no ranking mundial, e com um menino de 15 anos que já joga para uns 2750 de rating, é uma questão de tempo para: a) colocarem vários jogadores em um torneio da elite e b) formarem o novo campeão mundial absoluto. Quanto tempo, não sei, mas isso vai acontecer.

    O pódio foi completado com as tradicionais forças em torneios por equipe: Ucrânia e Armênia. Atualmente, quem diria, os russos são apenas azarões. Eles podem até ficar satisfeitos com a quarta colocação, já que a situação parecia ainda pior depois de perderem os dois primeiros matches. Que saudades eles devem ter do esquadrão de 2002, liderado por ele, o insubstituível Garry Kasparov, quando conseguiram uma arrasadora vitória na Olimpíada de Bled, 2002. Tão impressionante era ver essa lenda em ação que eu não consegui prestar atenção nas minhas próprias partidas naquele evento, tendo perdido quase 30 pontos de rating no final. Curiosamente, minha única (!) vitória naquele evento foi contra o indonésio Susanto Megaranto. Bons os tempos em que a Indonésia dava alegrias ao Brasil. Em 2014, Megaranto ganhou uma partida espetacular contra este cronista. Como diz o ditado: a vingança é um prato que se come frio.

    O destaque individual ficou para o chinês Wei Yi, o de 15 anos, que fez uma performance de 2846. Sinceramente, acredito que ele seja a única ameaça para Magnus Carlsen nos próximos 10 anos. Parabéns também para o sempre simpático e cordial GM cubano Yuniesky Quesada, que fez a quarta melhor performance do torneio.

    Para encerrar, ofereço aos leitores uma das partidas mais bizarras com rating médio acima de 2600 de toda a história da xadrez.  Nem a famosa Larsen – Spassky é comparável (não conhece? Então clique aqui.). Se eu dissesse, ao mostrar os 10 primeiros lances, que era uma partida do meu sobrinho com o amiguinho dele da escola, garanto que muitos acreditariam. Os “artistas” foram o húngaro Rapport e o egípcio Adly – veja aqui (cuidado, lances não recomendados para cardíacos).

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    Partidas em pgn: clique aqui

     

    Escrito por Rafael Leitão em 29.04.15

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