“HAAAAAAAAAAAJA CORAÇÃO, AMIGOS! É Teste pra cardíacos! Academia Rafael Leitão e você, tudo a ver!”
Não. Chega. Já deu de comentaristas aqui nesta Academia.
Resumo da Rodada
Nos batalhões de cima a Rússia deixou seu primeiro ponto inteiro (embora não tenha perdido nenhuma partida): 3×1 contra a equipe da Moldávia de Victor Bologan (2648) – que empatou no tabuleiro 1 com o próximo desafiante ao título mundial, Sergey Karjakin (2769). A equipe de Cuba venceu a Polônia por 2,5 x 1,5, mas com destaque para a bela vitória do jovem polonês Jan Krzysztof Duda (2675) em cima de Lázaro Bruzon (2623). O time da casa, o Azerbaijão, venceu a Índia com um placar mais folgado: 3×1 – com direito a uma exótica partida entre o lenhador Mamedyarov e o romântico Richard Rapport. Deu lenhador!
Uma das surpresas da rodada, para o delírio, dos nossos amigos do ChessBase Espanhol, foi o empate da Espanha contra o forte time da França. “Paco” Vallejo (2716) conseguiu segurar o atual número 2 do mundo, Maxime Vachier-Lagrave (2813).
E, definitivamente, a vida não está fácil para os tops: o Campeão Mundial Magnus Carlsen, por exemplo, não passou do empate contra Constantin Lupulescu (2618), da Romênia, e, assim, viu a Noruega perder o match por 2,5 x 1,5. Duro golpe, já que a Noruega, além da presença de Carlsen, é a equipe número 12 do torneio, enquanto a Romênia é a número 30.
E a Argentina quase conseguiu segurar o Dream Team americano… Sandro Mareco (2606), com dois peões de vantagem, chegou a ficar com quase 5 pontos de vantagem, segundo as “engines da vida”, contra o top Hikaru Nakamura (2798). Mas o norte-americano conseguiu mostrar que sua personalidade determinada é um reflexo do que vemos no tabuleiro (ou vice-e-versa). Em suma: que enrolada! (para falarmos em um bom português).
“Eu tenho que manter a minha fama de mau…”
As Equipes do Brasil
No feminino as meninas venceram o Marrocos por 3×1. Juliana Terao (2268), Julia Alboredo (2135) e Suzana Chang (2093) venceram. Importante recuperação das meninas. Força!
No masculino, contra a atual campeã olímpica, a China, a história foi “um pouco” mais dramática. HAJA CORAÇÃO, AMIGO! PRA CIMA DELES!!! TOCA E ME VOY! TOCA E ME VOY!!!
[Não tem jeito: ele aparece do nada…]
Em determinado momento da partida a torcida brasileira começou a acreditar não só no empate, mas na vitória! No tabuleiro número 1, Alexandr Fier, de brancas, ia segurando Wang Yue (2737). No tabuleiro 2, nosso Rafael Leitão, após uma sequência cheia de confusões, parecia sair com uma incômoda desvantagem contra o número 1 da China, e atual número 14 do mundo, Ding Liren (2753). Mas as trocas e golpes de Evandro e Yu Yangyi, no 3, favoreciam o brasileiro assim como em Diego e Li Chao (2746): a posição de Diego era de grande vantagem.
Mas, de repente, as coisas começaram a mudar: o final evoluiu mal para o nosso GM Fier, que acabou perdendo um peão. Por outro lado, o GM Leitão tirava da cartola um sacrifício de qualidade e bloqueio a la Tigran Petrosian e mantinha toda a resistência contra Liren – muito provavelmente o GM Leitão assistiu esta palestra aqui. Evandro ainda mantinha a pressão, mas com algumas dificuldades, e Diego entrava num final de Torre-Dama x Torre-Dama e peão a mais que, infelizmente, não parecia possível vencer.
Fier acabou não resistindo, embora vendendo caro a derrota: 114 lances (lembrando que esta vitória do chinês teve um gosto de vingança, já que Fier o havia eliminado na primeira rodada da última Copa do Mundo). Evandro acabou cometendo um grave erro numa posição ainda indefinida (embora já sem vantagem). E se Diego deixou escapar a vitória, Leitão conseguiu provar a validade do seu sacrifício posicional de qualidade e empatar com o número 1 da China.
“Huum… Sacrifício de qualidade posicional? Invejoso…”
Em termos de efeitos individuais, excelente resultado de Diego em busca da sua definitiva norma de GM; excelente resultado do GM Leitão contra o número 1 da China! (É sempre bom puxar a brasa para sardinha do chefe, especialmente em tempos de crise…)
Foi brigado! Foi bonito de ver! Parabéns, meninos!
Não podia faltar…
Próxima Rodada
No batalhão da frente, a “coisa” começa a ficar BEM interessante: Rússia X Ucrânia; Índia x Cuba; EUA x República Tcheca; Romênia x Azerbaijão 1; China x Itália; e Inglaterra x Holanda (isso para ficarmos só em alguns confrontos).
Nossas meninas enfrentam o time 3 do Azerbaijão. A estrela da equipe é a WMI Narmin Mamadova (2230). Somos mais a Juliana! Pra cima delas!
No masculino o Brasil enfrenta o time da Suíça, encabeçada pelo GM Yannick Pelletier (2555) – que já foi (ou ainda é?) analista do campeão mundial Carlsen e que, recentemente, andou batendo no Nakamura (e até no seu próprio patrão).
Será uma segunda-feira de muito xadrez!
#ProMateBrasil!
Fontes
Escrito por Equipe Academia de Xadrez Rafael Leitão 04.09.2016.
Links relacionados:
[Olimpíada de Xadrez Baku 2016: Quarta Rodada]
excelente artigo como sempre, e parabéns pelo lindo empate com gosto de vitória
Valeu Equipe da Academia por explicar os resultados da olimpíada, assim fica mais fácil de entender as tensões vividas em Baku pelos nossos representantes.
Parabéns para os times do Brasil. Estou acompanhando cada movimento e curtindo muito os combates.
Só uma dica, vocês poderiam incluir as notícias aqui publicadas no site de busca news.google.com.br para ajudar na popularização do xadrez e no reconhecimento dos resultados obtidos pelos brasileiros.
Abraço,
Rafael J.
Onde mencionam "Azerbaijão x Índia" e "Mamedyarov x Rapport" fica confuso. Só agora que fui ver: o Azerbaijão tem duas equipes inscritas. Quem jogou contra a Índia foi a segunda equipe do país sede. Portanto, Mamedyarov x Rapport aconteceu no match Azerbaijão principal x Hungria.
Tirando isso e o fato de a Seleção Feminina receber apenas 2 linhas, ótimo artigo!