Gambito Recusado: O Caso do Roubo das Peças Gigantes

    Quem já visitou a bela cidade mineira de Poço de Caldas (que recentemente recebeu um forte torneio Aberto vencido pelo MI Diego Di Berardino), sem dúvida deve conhecer o famoso tabuleiro de xadrez gigante que existe por lá. O chamativo tabuleiro fica na Praça dos Imigrantes – que é uma homenagem à comunidade italiana que se estabeleceu na cidade – e foi inaugurado em 1983. A praça em si passou por uma revitalização, há dois anos, assim como o tabuleiro e as peças. Cada peça possui, aproximadamente, 80 centímetros de altura.

     

      

    [Uma grande diversão para a cidade e para os turistas de Poços de Caldas]

     

    Mas, infelizmente, desde o final do ano passado, as peças começaram a desaparecer. Ao todo 26 peças foram roubadas. E, assim, o que era um dos pontos turísticos mais divertidos da cidade tornou-se apenas um tabuleiro vazio – já que as poucas peças restantes passaram a ser guardadas na Prefeitura de Poço.

     

    [Uma visão que corta o coração de qualquer enxadrista…]

     

    No entanto, este ano, numa operação batizada com o criativo nome de “Xeque-Mate”, a polícia da cidade começou a apurar o roubo das peças. Uma denúncia anônima apontou que cinco delas estavam numa república estudantil da cidade. A polícia se dirigiu até lá e cinco peças foram encontradas. Logo em seguida, em outra república, mais duas peças foram recuperadas.

     

    [Detalhe para o pobre cavalo, a esquerda, que foi “vandalizado”…]

     

    Ao todo seis universitários foram levados para a delegacia, mas apenas três confessaram o crime: Rodrigo Amorin Munhoz de 20 anos, Pedro Bastos Deolino de 21 anos e Lais Aparecida Silva Lemos de 23 anos. Os estudantes relataram ao delegado Cleyson Brebber que o furto aconteceu durante uma bebedeira.

    De acordo com o depoimento dos estudantes, eles estavam bebendo em um bar e, após exagerarem um pouco, tiveram a brilhante ideia de levar as peças para casa. Segundo o delegado, o que mais chama à atenção não é apenas o fato de todos serem estudantes universitários. “Trata-se de estudantes de classe média. Todos atribuíram o furto ao excesso de bebida alcoólica, porém é bom ressaltar que o furto foi no final do ano e eles não tiveram a preocupação em devolver os objetos, mesmo sabendo que se tratava de um patrimônio público”, afirmou o delegado.

     

     

    Os universitários foram ouvidos e liberados logo após, porém devem responder por furto qualificado com pena que pode variar de 2 a 8 anos – podendo aumentar em 1 ano pelo fato do furto se tratar de patrimônio público. Por enquanto, a operação só conseguiu recuperar 7 peças.

    Pois é. É aquela velha história: se uma peça está ali, “dando sopa” para ser tomada, devemos analisar uma, duas, três, várias vezes, antes de captura-la. Às vezes “ganhar” uma peça não compensa – assim como o crime. E claro: roubo de peças de xadrez só poderia acabar no xadrez.

     

    Fontes:

    G1

    O Tempo

    Minas em Foco

    Escrito por Equipe Academia de Xadrez Rafael Leitão 14.05.2017.

     

     

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