O xadrez é uma atividade muito além de um esporte de competição. Por sua associação à inteligência e a estratégia e também pelos personagens fascinantes que marcaram a história do jogo, muitos autores escolheram o jogo de xadrez como tema central ou pano de fundo para suas obras. No post de hoje, separamos 5 grandes livros que falam sobre xadrez. Confira a lista!
A Defesa Luzhin, de Vladimir Nabokov
O romance russo A Defesa Luzhin, também conhecido como A Defesa Lujin, conta a história de Lujin, um garotinho que revelava muito talento para o xadrez. Apesar do talento promissor, Lujin ficou sozinho graças aos horrores da guerra e terminou sofrendo um colapso durante uma partida.
Em um sanatório, Lujin passa a usar a lógica do xadrez, mas quanto mais busca a melhor defesa contra um oponente imaginário, mais ele se aproxima da loucura. Mais do que tratar de xadrez, o livro traz uma importante reflexão sobre o cenário de guerra de modo parecido ao que acontece em A Insustentável Leveza do Ser, título lançado 50 anos depois. A obra foi adaptada ao cinema. Vale lembrar que Nabokov era um forte enxadrista e também faz várias alusões ao xadrez em sua obra prima “Lolita”.
Bobby Fischer Goes to War, de David Edmonds
Foi diante do Watergate, escândalo dos anos 70 que pôs em xeque a estabilidade política dos Estados Unidos e da Guerra Fria, que Bobby Fischer, o desafiante, e Boris Spassky se encontraram para um dos matches de xadrez mais importante de todos os tempos.
No livro Bobby Fischer Goes to War os autores trazem de volta a história, que agora é contada em detalhes, e fazem um estudo completo de um dos maiores enxadristas do mundo.
Rei Branco e Rainha Vermelha, de Daniel Johnson
A obra passeia pela história do xadrez, trazendo nomes como Paul Morphy, Wilhelm Steinitz, Emanuel Lasker, José Raúl Capablanca, Alexander Alekhine, Mark Taimanov, Mikhail Botvinnik, Boris Spassky, Bobby Fischer, Analoty Karpov, Garry Kasparov e até mesmo o famigerado Deep Blue, ao tempo em que faz uma narrativa política da época associada ao jogo.
O livro mostra como o xadrez foi usado como símbolo do poder soviético, culminando em um verdadeiro campo de batalha da Guerra Fria, em que capitalistas e socialistas transformaram dois mortais (Fischer e Spassky) em dois exércitos completos, lançados à própria sorte na linha de frente.
A Máquina de Xadrez, de Robert Löhr
No romance escrito por uma das revelações da literatura germânica contemporânea, o barão Wolfgang von Kempelen encanta o continente europeu com uma invenção maravilhosa: o Turco, um autômato que jogava xadrez e se mostrava invencível. Uma série de intrigas e inverdades surgem no desenrolar da história, que é baseada em acontecimentos verídicos.
Associação Judaica de Polícia, de Michael Chabon
Ambientando em 1948, o livro traz um universo paralelo onde o Estado de Israel é destruído, fazendo com que os norte-americanos cedam um território no Alasca — mas com uma condição: ele deverá ser devolvido 60 anos depois.
Passado o tempo de devolução, um misterioso assassinato parece estar ligado a enxadristas e à máfia judaica. Na cena do crime, um tabuleiro em posição de “afogado”. Há diversas menções a enxadristas históricos no livro.
Os grandes livros com xadrez incluem autores famosos e emergentes, mistérios e romances, passando por documentários de fatos históricos. Você tem alguma dica de livro com xadrez? Deixe nos comentários!
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[Os Melhores Livros de Xadrez Já Escritos, segundo Rafael Leitão]
"O quadro flamengo" de ARtur Perez Reverte é ótimo também e gira em torno de uma posição de xadrez.
Boa Lembrança, excelente livro!
Havia me esquecido do Xadrez até assistir Gambito Dama e Lance Inesperado.
Teoria de finales de torre! Smilov
Foi reeditada uma obra de Stefan Zweig com o nome "Novela de Xadrez". Anteriormente havia sido editada sob o título "As três paixões": a mulher, a bebida e o jogo. Eram três novelas, cada uma envolvendo paixões humanas. O grande autor vienense de origem judaica, usa o jogo de xadrez para uma das novelas. Resumidamente, um ex-presidiário, livre da cadeia e durante um cruzeiro marítimo deverá jogar xadrez contra o campeão mundial. Antes e durante o cumprimento da pena esse ex presidiário havia estudado profundamente um livro de xadrez do campeão mundial. Embora não se mencione quem poderia ser o campeão, ele tinha um pouco dos geniais Steinitz, Lasker, Capablanca, Alekhine, Rubinstein, etc. O autor demonstrando grande conhecimento do nobre jogo, usa uma partida de Alekhine contra Bogoljubow...Bom a novela vale a pena ser lida, pois envolve outras coisas além do jogo de xadrez, mas o jogo de xadrez serve de pano de fundo para o desenrolar da estória.
Excelente dica. Vou comprar esse livro.
não é um livro qualquer... ele escreveu-o e depois se matou junto com a esposa, em solo brazuca.
Stefan Zweig, A Partida de Xadrez! Excelente! O jogador foi confinado em uma solitária e descobre embaixo do colchão um livro de Xadrez. Sem nada para passar o tempo ele aprende o jogo é sozinho passa a jogar consigo mesmo. Não existe referencia clara a nenhum jogador de Xadrez. Zweig era judeu e fugiu da Alemanha, com a ascensão do nazismo, morou em Petrópolis no Rio onde acabou por se suicidar juntamente com sua esposa Lotte.
Gustavo você sabe onde encontrar esse livro para a compra on-line?
"O Jogo Imortal" de David Shenk na capa: O que o xadrez nos revela sobre a guerra, a arte, a ciência e o cérebro humano. Muito bom para leigos ou não enxadristas entenderem melhor sobre o xadrez em si...
Excelente livro !
Há muito tempo atras eu li um livro chamado "A Variante Lüneburg" que é um drama da epoca da segunda guerra mundial onde um general alemão jogava contra um prisioneiro judeu e o resultado das partidas decidia o destino da vida de outros prisioneiros judeus. Muito interessante!!
http://www.saraiva.com.br/a-variante-luneburg-340763.html
Uma obra indispensável é O Jogador de Xadrez, do Stefan Zweig. Em uma viagem de navio em que estava presente o campeão mundial, um passageiro o desafia e consegue jogar de igual para igual. O livro conta a surpreendente história de como este passageiro aprendeu xadrez.
Das obras não mencionadas em comentários anteriores, todas geniais, recomendo "A Torre Ferida pelo Raio", do espanhol Fernando Arrabal, um novela policial deliciosa para quem gosta de xadrez; E das sugeridas, destaco “A Variante Lüneburg” , livro escrito pelo italiano Paolo Marsing, que também traz consigo o título de MI da FIDE. Não é necessário repetir que Nabokov, Zweing e Pirsing, entre outros comentados, são geniais também.
Outro tema fascinante é cinemateca que envolve o xadrez e seus praticantes, também magnética e muito rica.
E, meu caro GM Leitão, parabéns pela instigação do tema Xadrez e Artes. É tão lindo como o nosso esporte.
Abração!
Olá,
Penso que por lapso seguramente, ninguém referenciou o que para mim é o livro mais fantástico tendo o xadrez como pano de fundo:
"O Oito" (1988) de Katherine Neville, que teve recentemente uma sequela, "O Fogo".
Este é um link de um artigo de jornal em Portugal, mas que ajudará a conhecer a história: http://www.dn.pt/artes/livros/interior/o-oito-de-katherine-neville-e-reeditado-em-portugal-1542074.html
O livro é muito bom. Não sabia da sequência, vou procurar.
Muito bom! Estou relendo agora e o prazer da leitura tem sido o mesmo. Só uma correção: o título é "O enigma do oito".
Paul Hoffman "King's Gambit" e Gennadi Sosonko "Russian Silhouettes"
Como o Ricardo Ritzel lembrou, eu sugiro o livro "A Torre Ferida por um Raio". Muito boa leitura! Um Comentário no meu blog -
http://alfanumericus.blogspot.com.br/2012/07/literatura-torre-ferida-por-um-raio.html
Malba Tahan O Homem que calculava......vale a pena brilhante cálculos do
"A torre ferida por um raio - Fernando Arrabal."
JUDGMENT AND PLANNING IN CHESS...Max Euwe!
Desculpem,não li o enunciado corretamente..rsrs...são obras que citam ou têm como tema o xadrez ...aí vai uma interessante em língua nacional...Variante Gotemburgo – Esdras do Nascimento – 1976. O autor brasileiro elaborou como tese de seu doutorado em Letras pela UERJ (Rio de Janeiro) um romance altamente técnico, estruturado sobre a 11ª partida do “match” válido pelo título mundial de 1972, entre Spassky(URSS) e Fischer (EUA). A seu respeito, disse Silva (1976) : “Numa forma experimental, Esdras vai criando correspondências entre os lances ao tabuleiro e as ações dos personagens na trama do enredo, no tempo e no espaço. Faz as peças brancas representarem os personagens masculinos, vitoriosos ao final da partida, e as pretas, os femininos”. Tema de mundos paralelos e “Conflito Homem x Mulher”.